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Albert Einstein

terça-feira, 29 de maio de 2012

Borboletas usam hibridização

Adaptação evolutiva

... para sobreviver

Grupo formado por 70 cientistas sequenciou o código genético de borboletas da região amazônica para entender o processo evolutivo que garantiu a adaptação dessas espécies

Borboleta da espécie Heliconius
As cores vibrantes das borboleta Heliconius servem como mecanismo de defesa contra seus predadores (ThinkStock)
Borboletas com asas de cores vibrantes que vivem na floresta amazônica descobriram na troca genética uma excelente técnica de sobrevivência. Esse processo é explicado em artigo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.
O estudo, conduzido por 70 cientistas de nove instituições diferentes, fez o sequenciamento genético completo de borboletas Heliconius. O resultado ajuda os pesquisadores a entender de que forma as cores das asas dessas borboletas, usadas como mecanismo de defesa contra os predadores, evoluíram ao longo do tempo.

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HIBRIDIZAÇÃO
Esse termo se refere ao cruzamento genético de indivíduos com características diferentes. Esse processo ficou bastante conhecido em estudo feito por Gregor Mendel (1822-1884), considerado pai da genética. O botânico explicou de que forma características são herdadas geneticamente ao cruzar diversos tipos de ervilhas e verificar de que forma características distintas se manifestavam nas gerações descendentes.
Com o estudo do genoma desses animais, os autores descobriram que espécies muito semelhantes cruzaram entre si para favorecer indivíduos com asas de cores mais vibrantes, característica que favorece a adaptação dessas borboletas ao ambiente, já que a coloração forte serve como um alerta para que os predadores não as comam.
Esse tipo de troca entre espécies, também chamado de hibridização, é extremamente raro na natureza. Geralmente, esse processo pode resultar em morte porque a prole gerada pela mistura raramente tem uma vantagem competitiva. Em alguns casos, descendentes de hibridização são estéreis, como a mula, animal resultante do cruzamento de um jumento e de uma égua.
Por isso a surpresa quando os cientistas descobriram que, no caso estudado, as características cruzadas, que vieram de borboletas de espécies bastante próximas - a Heliconius timareta e aHeliconius elevatus -, ajudaram esses animais a se adaptarem melhor ao ambiente. 
"O que mostramos é que uma espécie de borboleta pode ganhar um padrão protetor de cor de uma espécie diferente se elas cruzarem entre si — um processo bem mais rápido do que ter que desenvolver um novo padrão do nada", explicou o pesquisador Kanchon Dasmahapatra, da Universidade de Londres.
Olfato — O sequenciamento genético mostrou também que a antena dessas borboletas tem pequenos receptores, e suas minúsculas patas, papilas gustativas. Em teoria, essas borboletas não seriam capazes de cheirar ou sentir o gosto dos alimentos muito bem, por serem consideradas animais "visuais", que usam a aparência para atrair parceiros e se camuflar.
"Em vez disso, aprendemos que elas têm um rico repertório de genes olfativos e de sensações químicas", declarou Adriana Briscoe, da Universidade da Califórnia em Irvine.
(Com Agência France-Presse)

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