A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL.
Albert Einstein

domingo, 13 de maio de 2012

A semana na Ciência

Objetos "falantes"

Em cinco anos, a cama de casa vai se comunicar com o hospital e o litro de leite vai "avisar" quando precisa ser reposto. Isso é o que promete a internet das coisas


Edson Franco


Quase três milhões de idosos vivem sozinhos no Brasil. No futuro, eles não vão precisar de ninguém por perto, caso passem mal. A própria cama irá avisar o médico de que o paciente está deitado por mais tempo que o normal. Esse exemplo é uma das possibilidades abertas pela internet das coisas. Criada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, a expressão registra o fato de hoje haver mais conexões de objetos que de pessoas. E muitas vezes esse “diálogo” dispensa a intermediação humana. Para a coisa funcionar, é preciso captar e difundir o histórico do objeto. Há várias ferramentas para isso, a mais utilizada é a tecnologia RFID (identificação por radiofrequência). Com uma etiqueta colada em seu corpo, um litro de leite vazio pode “avisar” o mercado de que precisa ser reposto. “Em cinco anos, coisas assim serão triviais”, diz José Roberto Amazonas, professor da Escola Politécnica da USP e representante na América Latina do projeto europeu de internet das coisas Casagras2.


A tecnologia já vem sendo utilizada em hospitais na Malásia e em vários projetos privados. No momento, os desenvolvedores da internet das coisas procuram formas de driblar dificuldades como a etiquetagem dos objetos e como lidar com a quantidade absurda de dados. “Vamos chegar lá. O futuro da área do petróleo, da geração e transmissão de energia elétrica e das telecomunicações passa por essa tecnologia. É um caminho sem volta”, diz Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia. Se ele estiver certo, o dia do julgamento final (aquele em que as máquinas assumirão o poder) será bem mais confortável do que aquele preconizado no filme “O Exterminador do Futuro”.

Maratona geek


Pela primeira vez, o Facebook caça talentos no Brasil em evento no qual estudantes criam aplicativos e projetos durante 24 horas


Juliana Tiraboschi


HACKATHONA
Estudantes ucranianos participam do evento do Facebook

O Facebook é uma rede social que nasceu no dormitório da Universidade Harvard, pelas mãos de um grupo de estudantes capitaneados por Mark Zuckerberg, em 2004. De lá para cá, a empresa explodiu e Zuckerberg virou uma das pessoas mais influentes do mundo. Hoje, a rede agrega cerca de 900 milhões de usuários, conta com 3.500 funcionários e é considerada uma das empresas mais criativas e competitivas do mundo.

Mesmo depois de virar um gigante, a empresa diz não ter perdido seu “espírito hacker” e a cultura de “start-up” – termo que define as companhias que brotam com força no mundo da tecnologia. Por isso, algumas vezes por ano o Facebook promove eventos chamados de “hackathonas”, durante os quais seus engenheiros passam 24 horas ouvindo música, interagindo, comendo, bebendo e colocando em prática projetos inovadores e quase malucos. “Algumas das nossas melhores ideias surgiram nas hackathonas”, diz Paul Trajan, engenheiro de software do Facebook, em entrevista à ISTOÉ. É o caso do botão de “curtir” das tags para mencionar outros usuários em uma conversa e do chat integrado à rede social.


No dia 18 de maio, 150 estudantes da USP, do ITA e da Unicamp poderão vivenciar uma dessas maratonas, que ocorre pela primeira vez no Brasil. Segundo Trajan, o objetivo principal do evento é fazer com que os estudantes sintam-se capazes de resolver problemas. “Temos uma equipe muito boa de engenheiros latino-americanos, e não há muitas empresas recrutando talentos no continente. Por isso trouxemos o evento para o Brasil”, diz o engenheiro.

Os alunos serão divididos em equipes e poderão apresentar seus próprios projetos de programação ou ouvir sugestões dos engenheiros do Facebook, caso estejam sem inspiração. Ao final da maratona, o time que apresentar o melhor projeto ganha US$ 500 para cada integrante e uma viagem para participar da final do evento, que será realizada no último trimestre do ano na Califórnia (EUA), em data a ser definida.

A hackathona estudantil já foi realizada nos EUA, no Canadá e na Ucrânia. Dessas noitadas, saíram aplicativos interessantes, que, embora não tenham sido incorporados oficialmente nas páginas do Facebook, foram parar na internet e proporcionam momentos de diversão. Um deles é o Ninjaquote.com, criado por estudantes da Universidade de Waterloo, no Canadá. O aplicativo monta um teste para o usuário adivinhar qual dos seus amigos postou uma determinada frase. Outra invenção, de estudantes da Universidade de Stanford (EUA), é o Friskychess.com, um xadrez para se jogar online com os amigos da rede social. Como costuma dizer o próprio Mark Zuckerberg, no final das contas, não é preciso ter muita experiência para fazer a diferença no mundo digital.

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